A partir da teoria da Gestalt e da psicanálise, o médico alemão Fritz Perls (1893-1970) desenvolveu uma forma de psicoterapia de orientação gestáltica. A gestaltoterapia ou terapia Gestalt orienta-se segundo o conceito que o desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo se processa de acordo com as tendências inatas desse organismo, que tentam adaptá-lo harmoniosamente ao ambiente. A prática psicoterapêutica é, normalmente, realizada em grupo e ao longo das suas sessões destaca-se a realização de um conjunto de exercício sensório-motores (que trabalham as áreas sensoriais e motoras do nosso corpo) e meditativos (de relaxamento). Estes exercícios pretendem, principalmente, que os indivíduos descubram novas forças existentes em si, para poderem ultrapassar as suas dificuldades. A Gestalt terapia, apesar da coincidência de nome, não está diretamente ligada à psicologia da Gestalt. Ela foi criada pelo médico alemão Frederick Perls (1893-1970)em 1951. Perls atuou como psicanalista até 1941, mas sua formação é muito eclética e passou por importantes psicanalistas como Otto Fenichel e Karen Horney. Passou também por Welhelm Reich e foi assistente de Kurt Goldestein, que pertencia ao grupo da psicologia da Gestalt, e foi muito influenciado pela filosofia fenomenológica. Provavelmente dessa relação veio a inspiração para o nome da corrente. Com a aproximação da segunda guerra mundial, Perls foi obrigado a se exilar e escolheu a África do Sul, onde fundou o Instituto Sul-Africano de psicanálise. No final da década de 1940, imigrou para os Estados Unidos e lá lançou a primeira publicação em Gestalt Terapia (TELLEGEN,A.Th.In:PERLS, F.S. Gestalt Terapia aplicada. São Paulo: Summus, 1977). Apesar da experiência psicanalítica de Perls, a Gestalt Terapia está muito mais próxima da Fenomenologia que dos princípios de psicanálise. Em primeiro lugar, a Gestalt Terapia não trabalha com o conceito de inconsciente que é central na Psicanálise. O que importa para essa corrente