Gerenciamento de resultados
Verifica-se a influência do gerenciamento de resultados no custo de capital das debêntures emitidas no Brasil, definido este custo pela taxa de remuneração efetiva das debêntures. Parte-se da hipótese de que, no Brasil, o gerenciamento de resultados não influencia o custo de capital relacionado às emissões de debêntures. Esta hipótese baseia-se na premissa de que, devido à forma como o custo de capital das emissões de debêntures é definido no Brasil, os investidores interessados e o banco mandatário possuem informações internas da empresa, obtidas durante os processos de road show, due diligence e bookbuilding. Para tanto, utilizaram-se técnicas de regressão para a identificação do grau de gerenciamento de resultados, a partir do modelo proposto por Kang e Sivaramakrishnan (1995), obtendo-se um indicador por empresa e outro por empresa para cada ano observado. Foi considerado o período entre 1998 e 2010, o qual contou com 1.067 observações. Para a verificação da associação entre o gerenciamento de resultados e o custo de capital, foram analisadas 236 emissões de debêntures no período mencionado, considerando títulos tanto com remuneração prefixada quanto indexadas às taxas DI e IGP-M. Nas regressões foram também consideradas variáveis de controle, sendo estas relacionadas às debentures em si, como maturidade (prazo para pagamento do principal); relacionadas à posição financeira da empresa, como crescimento das vendas, retorno sobre o patrimônio líquido e endividamento oneroso; e relacionadas à estrutura da organização, como tamanho, origem do capital, negociação em bolsa e nível de governança corporativa. Os resultados não permitiram rejeitar a hipótese da pesquisa, uma vez que não foi identificada associação estatisticamente significante entre o gerenciamento de resultados e o custo de capital das debêntures emitidas no Brasil. Este resultado, bem como a ausência de