Geração de 30
A geração de 30
Por que a geração de 1930 foi tão talentosa?
Depois da fase heróica do Modernismo brasileiro, que se empenhou para implantar no país as inovações das vanguardas européias, surge uma geração de poetas e romancistas das mais brilhantes de toda a história. Os modernistas de 1922 abriram caminho para que os novos escritores pudessem criar com mais liberdade, sem as amarras formais do academicismo e mais preocupados com a realidade brasileira. Surgem, durante a década de 1930, romancistas regionalistas que chamam a atenção para os problemas sociais das regiões mais carentes do Brasil. Eles usam uma linguagem coloquial e crítica herdada dos primeiros modernistas. Os poetas pautam-se pela possibilidade de criação em todas as direções, lançam mão do verso livre, do 'poema-piada' e das ousadias da geração de 1922, mas também trabalham com as formas fixas, como o soneto, a metrificação e as rimas da poesia mais tradicional.
1. A poesia da geração de 1930
Alguns dos poetas da década de 1930 viveram de perto a revolução do movimento literário de 1922. Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes, por exemplo, publicaram poemas na Revista de Antropofagia (1928 a 1929), de vanguarda, de Oswald de Andrade e Antônio de Alcântara Machado. Dessa forma eles participaram, mesmo como coadjuvantes, da fase heróica do Modernismo. O poema 'No Meio do Caminho', de Drummond, transformou-se no maior símbolo desse momento de ruptura com a literatura mais saudosista. Outros autores conservaram uma herança indisfarçável do Simbolismo, como Cecília Meireles; do Romantismo, como Augusto Frederico Schmidt; ou mesmo da poesia parnasiana, como Jorge de Lima.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Vivendo durante praticamente todo o século XX, esse mineiro de Itabira deixou uma das obras mais significativas da literatura brasileira. De início foi influenciado pelos poetas paulistas Oswald e Mário de Andrade, que conheceu em 1924, e por