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INTRODUÇÃO
O autor inicia registrando que o durante muito tempo se acreditou que o Poder era algo muito simples, que poderia ser liquidado algum dia e que desta maneira nasceu, no século XIX, a crença de que o poder conhecia a sua decadência.
Salienta que se as páginas deste livro são dogmáticas, é apenas porque denunciam esse mito. Afirma compreender que uns queiram conquistar o poder ou combatê-lo, ou que se resignem a ele, ou o temam, ou o detestem. Mas que não compreende que se possa subestimar o poder.
APRESENTAÇÃO DO MONSTRO
A potência é a capacidade de efetuar um desempenho determinado, ainda que o ator nunca passe ao ato. Desta maneira tornamos a encontrar a velha distinção, estabelecida por Aristóteles, entre a potência (dunamis) e o ato, ou melhor, o efetivo (ergon).
No domínio das relações políticas, esta potência – não de tornar-se, mas de exercer-se – é a única que pode interessar-nos.
Assim, força não significa necessariamente a posse de meios violentos de coerção, mas de meios que me permitam influir no comportamento de outra pessoa. (...) Em suma, a força é a canalização da potência, é a sua determinação. E é graças a ela que se pode definir a potência na ordem das relações sociais ou, mais especificamente, políticas.
“Potência (Macht) significa toda oportunidade de impor a sua própria vontade, no interior de uma relação social, até mesmo contra resistências, pouco importando em que repouse tal oportunidade”. (Max Weber) – Para o autor essa é a melhor definição do poder, enquanto fator social.
Max Weber chama de Herrschaft o poder enquanto potência representada por uma força sob o modo da ordem dirigida a alguém que, presume-se, deve cumpri-la. Raymond Aron traduz este termo como dominação, conservando a raiz alemã Herr (Herr = dominus = senhor). A dominação é, segundo Max Weber, “a probabilidade de que uma ordem com um determinado conteúdo específico seja seguida por um dado grupo de pessoas”.
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