Geopolítica e Religião - um breve estudo
PANASIEWICZ, Roberlei. Fundamentalismo Religioso: História e Presença no Cristianismo.
Segundo Durkheim, a religião não consegue e não poderia desaparecer do mundo, pois faz parte da essência humana e social. Entretanto, ela pode se transformar para se adaptar a diferentes realidades nas quais se insere (p.22/23). Por esse fato, torna-se incompleta a análise do mundo sem levarmos em consideração a religião, sua influência e o espaço que ela ocupa, ou seja, é necessário que se estabeleça uma linha de discussão envolvendo geopolítica, religião e sociedade. Contudo, as questões envolvendo essa temática só voltaram a ficar mais em exposição depois dos atentados ao World Trade Center em 2001, quando o termo passa a ser justificativa ao extremismo religioso.
O termo fundamentalismo tem sua origem no universo religioso com o surgimento de movimentos contrários àqueles cristãos que acreditavam na possibilidade de um diálogo com o discurso da Modernidade, ou seja, contrários a uma teologia liberal e ao uso do método histórico-crítico (análise crítica do texto, das fontes). Nesse ambiente, alguns protestantes lançaram “os fundamentos da fé cristã” (p. 5), descaracterizando qualquer interpretação que fosse diferente.
O século XXI apresenta-se num cenário sócio-cultural de desordem. Transportando-se à questão religiosa, isso pode ser percebido através da grande variedade de posições assumidas perante a religião: pessoas sem religião; aqueles que acreditam, mas não praticam; religiosos praticantes e a grande migração de pessoas entre as Igrejas. Em um processo de “desencantamento do mundo” (p.21/22), a Igreja passa a utilizar das tecnologias para se manter mais ativa e presente na vida das pessoas. Entretanto, sua presença no cenário social não se restringe ao uso dessas tecnologias, há uma forte presença da religião no meio