Geometria
2.2.1 O ensino de geometria, algumas considerações
Pesquisa realizada por Pavanelo (1989) mostra que o ensino de geometria tem sido excluído das escolas ou inserido de maneira muito formal, excluindo alunos de classes menos favorecidas. A autora afirma que:
“A geometria é praticamente excluída do currículo escolar ou passa a ser, em alguns casos restritos, desenvolvida de uma forma muito mais formal a partir da introdução da Matemática Moderna, a qual se dá justamente quando se acirra a luta pela democratização das oportunidades educacionais, concomitante à necessidade de expansão da escolarização a uma parcela mais significativa da população. Somente esta constatação bastaria para suscitar questionamentos sobre a contribuição da geometria para a formação dos indivíduos; no entanto, outros fatos vieram reafirmar essa necessidade: verifica-se, por exemplo, a pouca capacidade de percepção espacial de grande número de alunos (e de pessoas, em geral), requerida no exercício ou compreensão de múltiplas e variadas atividades profissionais.” (PAVANELO, 1989)
A autora ressalta que a exclusão da geometria dos currículos escolares ou seu tratamento inadequado pode provocar sérios prejuízos à formação dos indivíduos (PAVANELO, 1989). A contribuição especial que a geometria pode dar à formação do aluno não pode se resumir apenas ao desenvolvimento da percepção espacial. A geometria apresenta-se como um campo profícuo para o desenvolvimento da "capacidade de abstrair, generalizar, projetar, transcender o que é imediatamente sensível”, oferecendo condições para que níveis sucessivos de abstração possam ser alcançados (PAVANELO, 1989).
A autora ainda ressalta fases do desenvolvimento pelo qual os alunos desenvolvem algumas capacidades
Partindo de um nível inferior, quando o aluno reconhece as figuras geométricas, embora as percebendo como todos indivisíveis, passando, em nível posterior, a distinguir as propriedades dessas