FERRÃO, João; Portugal, três geografias em recombinação – Espacialidades, mapas cognitivos e identidades territoriais; Lusotopie; Lisboa; 2002; pp. 151-158. Este artigo expressa, essencialmente, as principais desigualdades patentes ao longo do território português. Desta forma, o autor distingue FERRÃO, João (2002) “três espacialidades macroregionais: a oposição do Norte/Sul, característica do Portugal tradicional; a oposição litoral/interior, característica do Portugal moderno; um «território-arquipélago» organizado em rede, característica do Portugal pós-moderno. Portugal, três geografias em recombinação, pp. 151”. Relativamente à primeira oposição, Norte/Sul, o autor acredita que este desequilíbrio está directamente ligado, por um lado, com razões históricas e geográficas, e, por outro lado com um Portugal tradicional muito dedicado ao ponto de vista rural e agrícola. Deste modo, o contraste Norte/Sul está dividido em dois tipos de divisão geográfica do país, sendo que uma é de natureza político-administrativa (contendo as várias divisões geográficas do país: distritos, concelhos, freguesias) e outra é de natureza histórico-etnográfica, relacionada, sobretudo, com as províncias. A oposição litoral/interior surge com maior relevância no início dos anos 60. A partir daí, os diferentes grupos sociais, os diversos sectores económicos e os diferentes espaços modernos e tradicionais eram factores de contraste entre o litoral e o interior relativamente à organização do território português. O litoral corresponde a um Portugal urbanizado e industrializado, demograficamente dinâmico; por outro lado, o interior do país está muito relacionado com um Portugal rural e agrícola, demograficamente repulsivo. Assim, o autor divide esta oposição em dois registos de identidade territorial diferentes: a uma escala mais vasta, separando os que se consideram favorecidos ou penalizados pela situação geográfica que possuem; de outro ponto de vista, a uma escala mais local, o