GEOGRAFIA ECONÓMICA: ENCONTROS E DESENCONTROS DE UMA CIÊNCIA DE ENCRUZILHADA
DE UMA CIÊNCIA DE ENCRUZILHADA1
Joana Chorincas
1. O longo percurso de afirmação da Geografia Económica
Muitas têm sido as designações para a ciência nascida da convergência entre a Geografia e a Economia: Geografia Industrial, Geografia Comercial,
Geografia do Comércio Mundial, Geografia Comercial e Económica, Geografia Aplicada...
O termo Geografia Económica ganhou, todavia, cada vez maior número de adeptos e manteve-se como a principal designação da subdisciplina nascida da convergência científica entre as duas áreas científicas, apesar de cada vez mais se ouvir falar em Geoeconomia, vocábulo formado por analogia ao termo Geopolítica.
Porém, a Geografia Económica, ou a Geoeconomia, teve de ultrapassar diversas contrariedade até se afirmar no seio da comunidade científica e se constituir como uma verdadeira subdisciplina da ciência geográfica e da ciência económica.
A Geografia Económica é, em poucas palavras, a análise da superfície terrestre em todos os aspectos que interessam do ponto de vista económico.
Todos os fenómenos económicos, mesmo os que derivam da realidade virtual dos mercados bolsistas e financeiros, têm um aspecto espacial ou locacional. Neste contexto, ao geógrafo-economista cabe descobrir a explicação das relações espaciais do mundo económico.
Apesar de existirem várias tentativas de definição e vários enfoques da
Geografia Económica, resultantes da evolução epistemológica da ciência geográfica e da ciência económica e da evolução da própria realidade económico-espacial observada pelos geógrafos, parece haver um consenso no sen1
Este artigo baseou-se na Tese de Mestrado “Geografia e Desenvolvimento Económico na
Europa Comunitária”, defendida no Instituto Superior de Economia e Gestão no âmbito do
Curso de Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional.
E-Geo – Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional da Universidade Nova de
Lisboa.
Inforgeo,