Geografia da Fome Síntese
Havia dois sentimentos profundos relacionados à fome. Um oriundo dos males naturais inevitáveis e o outro da própria organização das sociedades que comporta desigualdades entre os homens.
A palavra fome por si só não basta, já que a insuficiência de alimentos também provoca a morte por subnutrição. A saúda é ameaçada quando faltam alimentos e quando este são mal constituídos, ou seja, a carência de certas moléculas indispensáveis ao funcionamento do organismo gera efeitos profundos, como por exemplo,
o
desenvolvimento defeituoso, fraqueza, doenças, além de influenciar na duração e na qualidade de vida.
A subnutrição endêmica exige intervenção contínua. Pode ser eliminada e evitada por meios naturais; garantindo às populações uma boa, equilibrada, completa e suficiente alimentação, para isso o plano de alimentação deve corresponder ao plano de produção agrícola que é um problema técnico e econômico, pois para provocar um aumento sistemático no plantio há a necessidade de investimentos de capitais.
Segundo Alceu A. Lima, Josué de Castro procura contrariar a ideia de que é preciso reduzir artificialmente a população, para melhor alimenta-la. Para ele uma melhor alimentação da população gera um aumento quantitativo normal, sem artificialidade. Os interesses e os preconceitos de ordem moral e de ordem econômica da civilização ocidental tornaram a fome um tema proibido ou pouco aconselhável de ser abordado publicamente. Ao imperialismo econômico e ao comércio internacional interessava que a produção, a distribuição e o consumo dos produtos alimentares continuassem a se processar como fenômenos de caráter econômico e não como fatos ligados à saúde pública. Interesses antagônicos.
Trabalhos realizados a partir de 1928 em diferentes regiões da terra a cerca das condições de nutrição dos povos, evidenciaram que dois terços da humanidade vivem em estado permanente de fome, começando a mudar a atitude no mundo. A
demonstração