Geografia crítica
Uma das críticas é a de que sua construção teórica se manteve muito próxima apenas do nível do discurso, expressando dificuldade da busca teórica sobre os conceitos fundantes da geografia. Uma busca de certa forma “atrofiada”, como diz Santos (1996), uma “preguiça epistemológica”, que causou problemas à consolidação da corrente. Outros problemas decorrem de que sua base, “que seria a história do presente, não teve força suficiente.” Prossegue Santos (1996: 171) alertando que o “entendimento do mundo de hoje é um problema para os intelectuais brasileiros”. A pesquisa concentra-se em abordagens localizadas, perdendo a noção de totalidade dos acontecimentos, atrasando a elaboração teórica.
Andrade (1987) adverte que os estudos geográficos procedentes da corrente radical ou crítica não podem ser considerados como uma nova escola de pensamento, pois não apresentam uniformidade. Porém, os geógrafos que se enquadram nessa linha de pensamento se destacam pela consciência dos inúmeros problemas sociais. Ao grupo dos geógrafos críticos, esse autor destaca duas características: a primeira se referindo aos profissionais classificados como radicais, pois procuravam ir às raízes das causas dos problemas sociais; a segunda, aos geógrafos denominados críticos, pois assumiram compromissos ideológicos, não se escondendo dos problemas existentes sob falsas neutralidades científicas.
Para Carlos (2002: 165), a dificuldade surgida nessa perspectiva de análise refere-se ao método, pois, embora o materialismo histórico fosse a base das pesquisas, a partir dele se produziu uma vertente econômica para a qual “o homem aparece enquanto força de trabalho e o espaço como um produto direto da ação do capital. Nesse sentido, negligenciou-se o significado da noção de