Geogarfia
21/11/2011 17:54:12 | Já leram (1741)
Por Flávio Conrado
O Ano de 2011 foi declarado pela ONU o Ano Internacional dos Afrodescendentes, como “uma oportunidade especial de redobrar os esforços na luta contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e as formas conexas de intolerância que afetam os afrodescendentes em todas as partes” (Navi Pillay, Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos). Aproveitando a data, a presidenta Dilma Roussef instituiu o 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, valorizando a memória do líder do Quilombo dos Palmares, já que a data já vinha sendo celebrada nacionalmente há décadas.
Se a data é utilizada há muito anos pela sociedade civil, especialmente o Movimento Negro, para questionar e refletir sobre o lugar das pessoas negras na sociedade brasileira, e se podemos celebrar alguns avanços no tratamento da questão racial no País, há muito ainda para avançar, conforme recentes pesquisas destacam.
A mais recente e significativa delas é o Relatório Juventud afrodescendiente en América Latina: realidades diversas y derechos (in)cumplidos, do Fundo de População das Nações Unidas, lançado no dia 18 de novembro (sexta-feira), que afirma que “A juventude afrodescendente é um dos grupos mais afetados pelos processos estruturais de exclusão, desigualdade e pobreza”. Fala-se inclusive de uma tripla exclusão: étnica (por serem negros), de classe (por serem pobres) e geracional (por serem jovens); ou quádrupla, no caso das mulheres, por enfrentar uma exclusão de gênero. O acesso aos serviços de educação e saúde, o respeito à integridade física e proteção contra a violênca, oportunidades iguais de emprego são ainda elementos que a sociedade e o estado precisam garantir às jovens e aos jovens negros para que os processos de exclusão e discriminação sejam erradicados.
Mas o que me parece interessante no Relatório é a consideração do protagonismo