Genêros Textuais
As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas.
Texto Lírico A DECISÃO
Cansei de amor de brinquedo
Eu quero amor de verdade
Quero sentir que a saudade
Está judiando de mim.
Não quero dizer amor com o coração sossegado
Quero pecar sem pecado
E andar sorrindo sozinho
Até que falem de mim
Talvez me chamem de louco
Esta loucura eu desejo
Eu quero amor de verdade
Cansei de amor de brinquedo.
(Prado Veppo)
Texto Dramático
A criança e o fantasma
CRIANÇA - Eu queria um amigo para brincar. Eu tenho que ir para a escola, vou pegar o ônibus.
ZECA - E daí quatro olhos, tá a fim de apanhar hoje?
CRIANÇA - Não, eu não estou a fim.
RENATO - Se você não quer apanhar, você vai ter que entrar no casarão abandonado no fim do quarteirão.
CRIANÇA - No casarão abandonado?
ZECA - É, vai ter que entrar e ficar lá dentro por uma hora.
CRIANÇA - E quando vai ser?
RENATO - Amanhã às sete horas da noite.
(No outro dia, à noite)
CRIANÇA - Eu estou com medo.
ZECA - Está na hora.
RENATO - Agora entra logo.
CRIANÇA - Essa casa é muito escura.
FANTASMA - Quem está aí?
CRIANÇA - Quem falou?
FANTASMA - O que você está fazendo aqui?
CRIANÇA - Quem é você?
FANTASMA - Eu sou um fantasma.
CRIANÇA - Qual é o seu nome?
FANTASMA - Eu não tenho nome.
CRIANÇA - Vou te dar um nome. Que tal Nando?
FANTASMA - Eu gostei. Quem são aqueles dois lá fora?
CRIANÇA - São uns garotos que gostam