genética

Eu queria que você me ligasse, mas você não liga. Eu queria que você estivesse aqui, mas ao invés disso você se afasta. Você sempre se afasta e tudo muda de novo. Como se eu fizesse parte de um teste seu e fosse reprovada. Porque é isso que você faz. Chega quando quer, com o pretexto de que não quer se apegar porque já está controlando a distância entre nós. Que não quer me magoar, baby, já é tarde. E você sabe disso. Mas, você também sabe que o meu mundo não acaba por isso. Eu tenho uma certa dificuldade em entender o porquê das pessoas abandonarem as outras com tanta facilidade. E você é uma delas. Não sei se te odeio por isso. Eu passo quase toda noite por aquela janelinha onde a gente costumava conversar. Dessa vez, resolvi parar e fiquei ali um pouco. Ao lado da janela, na parede estava escrito a inicial do seu nome, um coraçãozinho todo torto que eu havia desenhado e agora estava todo borrado e em seguida a inicial do meu nome. Eu ri ao lembrar da cena que me fez ter escrito aquilo. Parecia que era aquelas meninas de doze anos que tem o primeiro amor e rabisca o caderno todo. Eu cheguei a conclusão que realmente estava te amando. “É só você pra sempre, eu nunca vou querer outro alguém” parece que vejo seu risinho tímido ao pronunciar isso, porque, você sabia me ganhar como ninguém. E eu não estava disposta a ser de mais ninguém. Mas como eu poderia não me comover, depois de saber tudo sobre você? Aquele que parecia ser o saco de bancadas, em que, a vida mesmo batia. Você era indefeso, às vezes sombrio, mas fraco. Eu te dei tudo o que tinha. Juntei as partes de mim que estavam quebradas. Organizei a bagunça, só pra você achar bonito e ficar em mim. O que quer que aconteça com a gente, eu não vou esquecer você. Sempre há tempo pra fazer seja lá o que for. E, agora, eu estou me limpando de novo.