Genética ou AMbiente - artigo
HÁ 100 ANOS ERA DESCOBERTO O PAPEL DO CROMOSSOMO X
Genética ou ambiente?
Os cromossomos – os ‘pacotes’ que acondicionam a longa molécula do ácido desoxirribonucléico, ou DNA, no núcleo das células – foram
Cromossomo Y
observados ainda no século 19, mas seu papel como responsáveis
Cromossomo X
pela herança genética só veio a ser desvendado no início do século 20.
para isso foi a constatação, em 1905, de que uma característica marcante de diferentes seres vivos, como o sexo, estava associada ao cromossomo batizado como ‘X’.
Essa e outras descobertas marcaram o início de um novo ramo da ciência – a genética, palavra inventada, por coincidência, também nesse ano.
O
início do século 20 acolheu o desabrochar dos fundamentos da genética (ver ‘Uma palavra necessária’), com a redescoberta dos trabalhos sobre a hibridação de ervilhas, publicados em 1865 pelo monge austríaco Gregor Mendel (1822-1884), e a proposição da teoria de que os cromossomos seriam responsáveis pela herança genética, pelo médico norte-americano Walter Sutton (1877-1916) e pelo biólogo alemão Theodor Boveri (1862-1915). Essa teoria mostrava a relação entre o comportamento dos cromossomos no processo de formação de gametas e as leis mendelianas de herança.
A associação de uma característica marcante, como o sexo, com a presença de um determinado cromossomo foi um aliado importante na aceitação da teoria cromossômica da herança. Mas esse não foi um trajeto simples. Afinal, seria o sexo determinado geneticamente? A meta científica é estabelecer uma lei geral e universal. E esse foi um dos empecilhos para a aceitação da idéia de determinação genética do sexo. Vários pesquisadores colecionavam evidências da influência ambiental na geração de fêmeas e machos em diversos organismos. Hoje, sabe-se que, em certas espécies animais, como tartarugas, o sexo é determinado por fatores ambientais. O citologista norte-americano Clarence E. McClung