Generos textuais
1. Gênero como categoria fluída
Marcuschi ressalta em sua introdução que é inegável que os estudos sobre gêneros textuais são mais que relevantes, são necessários, pois são tão antigos quanto à própria linguagem, mas que entram em crise a partir do romantismo. Cita Bakhtin para definir que gêneros são constituídos por enunciados relativamente estáveis de natureza histórica, sócio-interacional e ideológica, Bazerman para reforçar que gêneros são rotinas sociais de nosso dia-a-dia, que não são estanques nem estruturas rígidas, mas formas culturaise cognitivas de ação social. E Bhatia para confirmar que gêneros são formas de “ação tática”, ou seja, devemos sempre escolher as ferramentas adequadas para lidar com eles. Atualmente: toda produção textual pertence a um gênero.
Os gêneros são entidades dinâmicas poderosas que:
• condicionam nossas escolhas;
• limitam nossa ação na escrita;
• impõem restrições e padronizações;
• convidam também a escolhas, estilos, criatividade e variações.Assim como a língua varia, também os gêneros:
• variam;
• adaptam-se;
• renovam-se;
• multiplicam-se.
Todo gênero se realiza em textos. Todas as nossas manifestações verbais mediante a língua se dão como textos e não como elementos lingüísticos isolados.Toda manifestação lingüística se dá como discurso (língua em uso). Esfera privada: discurso da vida cotidiana (ideologia do cotidiano):
Gêneros primários
Usos menos marcados pelas instituições:
• conversa no telefone
• pedido de informação.
Esfera pública: discurso das instituições (sistemas ideológicos constituídos): gêneros secundários.
Usos mais marcados pelas instituições:
• documentos
• formulários
• estatutos
• legislação.Os gêneros proliferam para dar conta da variedade de atividades desenvolvidas no dia-a-dia.Os gêneros são fatos sociais e não apenas fatos lingüísticos
• desenvolvem-se de maneira dinâmica;
• desmembram-se