Gefersom
DICIONÁRIO DE PSICANÁLISE
ALUCINAÇÃO - Uma percepção convincente de alguma coisa que, na realidade, não se encontra no local. Ouvimos distantemente o soar de uma campainha, embora nenhuma campainha haja soado; percebemos clarissimamente que algo se movimentou no quarto, quando na realidade o quarto está vazio. Trata-se, nesses casos, de um fenômeno psicológico bastante comum, a que todos estão sujeitos. A própria pessoa reconhece posteriormente tratar-se de percepções erradas, que não representam a realidade objetiva. Há, porém, os casos que são considerados patológicos. A diferença entre a alucinação normal e a patológica está principalmente em dois fatores: na intensidade das percepções e no grau de "realidade" que lhes é atribuída pelo sujeito.
Os fundamentos neurológicos, fisiológicos e psicológicos desses fenômenos não estão ainda satisfatoriamente estabelecidos. Trata-se, em todo caso, de "variações" marcantes em nosso mecanismo perceptivo. O que a experimentação científica tem fartamente confirmado é a influência alucinatória, em nossas percepções, de certos fatores extrínsecos, como o álcool, as drogas, o LSD, etc. A maconha, por exemplo, pode fazer com que as cores sejam percebidas com um brilho incrível. O sentido do tempo fica igualmente tão deformado, que o ato mais simples, como o levantar de um braço parece levar um tempo enorme. O alcoolismo agudo ou crônico pode ser acompanhado das experiências perceptivas mais estranhas, tais como a visão de monstros a ameaçar a pessoa ou de vermes a lhe perfurar a pele. ANIMISMO - É a percepção de objetos inanimados como se tivessem vida, sentimentos e intenções. A percepção animista é fenômeno comum tanto às crianças como aos adultos e depende em sua origem da sensibilidade de cada pessoa para as "propriedades fisionômicas" dos objetos e acontecimentos. A diferença básica entre o mundo adulto e o da criança não está na presença ou ausência desses "atributos fisionômicos", em