Gauus

Histórico

As falhas na execução de qualquer tipo de medida sempre dificultaram o desenvolvimento do conhecimento empírico. Todavia, durante a Antiguidade, esse problema era desconhecido ou até mesmo ignorado, devido às grandes dificuldades encontradas quando se queria realizar uma medição, o que ficava ainda mais evidente no campo da astronomia, por exemplo. Foi somente no Renascimento que a preocupação com os erros de medida como obstáculo ao desenvolvimento científico ganhou evidência. Tycho Brahe (1546-1601), astrônomo dinamarquês, foi o primeiro a aplicar métodos que visavam diminuir as discrepâncias causadas por medições mal executadas. Tomava um número razoavelmente grande de medidas com mesmo parâmetro, excluía as que saíam consideravelmente do intervalo de confiança para só então efetuar as médias. Vê-se, pois, que se fazia necessário um novo tratamento com a coleta de dados, principalmente no campo da astronomia, já que se tratavam de medidas retiradas em local e tempo diferentes. Em 1805, Legendre (1752-1833), matemático francês, publicava “Nouvelles Méthodes pour la Détermination des Orbites des Cometes”, em que era apresentado ao mundo o Método dos Mínimos Quadrados. Pouco tempo depois, em 1809, Gauss (1777-1855), matemático, astrônomo e físico alemão, expunha “Theoria Motus Corporum Coelestium”, fazendo referência ao método em questão. Isso gerou conflitos sobre sua autoria, mas acredita-se que Gauss já tivesse resultados positivos desde o fim do século XVIII, sendo atribuída a ele a criação do método. No ano de 1801, Giuseppi Piazzi (1746-1826), diretor do observatório de Palermo, havia descoberto o asteroide Ceres que, após pouco mais de um mês de observações, havia lhe rendido apenas dez medições, até sua rota ser ofuscada pelo Sol. Todavia, a matemática da época não era capaz de determinar sua órbita devido ao número tão restrito de dados em tão curto período. Após inúmeras tentativas de fazê-lo, todas em vão,