Gastrite por estres
A secreção ácida nas células parietais do estômago cria um gradiente de íons, nos quais prótons são bombeados de fluidos intracelulares para o lúmen gástrico contra um gradiente. A engenharia enzimática responsável por este transporte ativo é a bomba H+,K+ ATPase(5).
A bomba H+,K+ ATPase está localizada, na sua forma inativa, na membrana dos túbulos citoplasmáticos e, quando ativada, na membrana dos canalículos da célula parietal do estômago(6). É composta de duas subunidades polipeptídicas não idênticas, a catalítica ou a e a estrutural ou b(7,8). A subunidade catalítica tem massa de cerca de 96 kD atua mediando toda a função de transporte da bomba, liga-se e hidrolisa ATP, interage com cátions transportados, além de ser um sítio de ação de inibidores reversíveis e irreversíveis da bomba. A subunidade b tem massa de 60-80 kD e seu papel ainda permanece indefinido(5,9). Estudos demonstraram que ambas as subunidades estão ligadas fortemente e tem papel importante na conformação estrutural e funcional da bomba H+,K+ ATPase(8).
A atividade fisiológica da bomba H+,K+ ATPase está sujeita à modulação (estimulação e inibição) por sinais moleculares neuronais e endócrinos, como acetilcolina, gastrina, histamina e somastatina (Figura 1)(6,9).
Figura 1 - Ilustração esquemática do mecanismo de secreção de ácido pela bomba protônica na célula parietal e alternativas para seu controle. CCKB = receptor de gastrina, H2 = receptor de histamina, M3 = receptor colinérgico, ECL = células enterocromafins(9).
1. Estimulação da secreção ácida
A acetilcolina é liberada no plasma sangüíneo por fibras nervosas pós-ganglionares e a gastrina através do estímulo propiciado pela alimentação. Ambas podem ativar a secreção ácida indiretamente (estimulando a liberação de histamina das células enterocromafins) e diretamente (atuando em receptores da célula parietal). A histamina, por outro lado, atuando em uma via parácrina, liga-se aos