Gastos com Saúde no Brasil
Segundo o Relatório de gastos públicos, a OMS e o portal Exame.com, dos países que utilizam o sistema universal de saúde, o Brasil é o único em que a população paga mais de seu próprio bolso que o total investido pelo governo. Este fato se torna uma contradição uma vez que existem investimentos consideráveis no setor, o que se evidencia ainda mais quando comparado com outros países que também adotam o sistema universal. A Argentina, por exemplo, investe apenas 7,9% a mais do seu PIB na saúde e consegue reduzir cerca de 37,1% em gastos privados*, comparado com o Brasil.
O SUS nasceu do princípio basilar da universalização, que tem a Saúde como direito de todos os brasileiros e dever do Estado, mas todos sabemos que não é bem assim que acontece. Existem alguns desafios a serem superados para que a saúde no Brasil atinja um patamar mais favorável.
Um desses desafios é o de melhorar gestão do setor para diminuir sua ineficiência. Para que haja alta capacidade de planejamento e para que se possa criar políticas públicas nacionais de acordo com a realidade e a demanda do setor (com menor índice de ônus para a população), o sistema precisa aumentar sua capacidade gerencial.
Outro desafio não menos importante é a necessidade de melhorar a qualidade do gasto público em saúde e não apenas aumentar os investimentos, ou seja, melhorar a distribuição e alocação dos recursos financeiros do SUS. Para isso é imprescindível a conscientização dos entes internos do SUS e das esferas nacionais de poder.
Quanto a essa questão da saúde pública no Brasil, talvez devêssemos apelar para a máxima da economia: "Não existe almoço grátis"!
_______________________
*Com plano de saúde, internações, remédios etc.