saúde
Este trabalho apresenta informações gerais sobre o setor de saúde no Brasil, além de um panorama do setor hospitalar – estrutura, financiamento e gasto. Tanto o setor saúde quanto o subsetor hospitalar são estruturados pela configuração do SUS –com suas caractéristicas de descentralização e financiamento público – e por um vigoroso setor de seguro privado.
O sistema de saúde resultante é pluralista e amplo, com cerca de 7.400 hospitais e 67 mil unidades ambulatoriais. Abrange uma combinação complexa de fluxos de financiamento, arranjos organizacionais e de propriedade, públicos e privados, e mecanismos de pagamento difíceis de coordenar, monitorar ou avaliar. Pela reforma sanitária que levou à criação do SUS (o que ocorreu formalmente em 1988), a maior parte da responsabilidade pela prestação de serviços de saúde foi descentralizada para os municípios e, em extensão bem menor, para os estados.
Políticos e Hospitais 02
Os políticos consideram os hospitais uma grande oportunidade de ganhaerem votos e costumam se fazer fotografar na inauguração de uma nova ala, na entrega de um pronto-socorro reformado ou ao lado de um equipamento de última geração. O comportamento de uma autoridade muda quando resultados negativos ou falhas hospitalares aparecem na capa dos jornais locais. Para a imprensa, os hospitais são fonte certa de notícias – tanto no caso de inovações médicas e curas milagrosas como quando ocorrem eventos adversos e mortes evitáveis. Em anos recentes, uma onda ininterrupta de notas negativas na imprensa – quase sempre ligadas a casos isolados – levou à impressão geral de que muitos hospitais não são seguros. Uma parte das críticas é injusta. Não se pode culpar um hospital quando pacientes em estado avançado de uma doença que envolve risco de vida – mulheres grávidas com pressão alta ou convulsões, crianças gravemente desidratadas ou pessoas vítimas de acidente vascular cerebral