GALIZA ANTIFASCISTA
Em julho de 1936 produzia-se no E. espanhol um golpe de estado catalisado por uma amalgama de forças com o nacionalismo espanhol e o absolutismo como comum denominador. Já desde o primeiro momento, o campo simbólico revelou-se fundamental na luta das forças reacionárias contra o governo da República Espanhola. A necessidade de criarem um contraponto à democracia, bem como de legitimarem a sua luta, fez com que estes grupos se unissem ao redor da figura do ditador e encetassem um labor muito intenso de procura e implementação de um repertório simbólico de maneira a autorreplicar-se indefinidamente no imaginário popular.
Em um intuito de consolidarem a sua identidade coletiva, estes setores recorreram à criação ad hoc de um imaginário próprio com caráter transversal que fagocitava qualquer elemento a situar-se fora do espetro fascista; nomeadamente o simbolismo republicano, liberal ou no que à Galiza se refere, nacionalista.
Na Guerra Civil e de uma maneira muito mais intensa durante a pós-guerra, as primeiras atuações das elites franquistas centraram-se na criação e posterior consolidação de um grupo de elementos identitários muito bem definidos e o culto aos mártires e caídos «pela Pátria» foi utilizado sistematicamente para legitimar a Ditadura durante este período. É nas coordenadas da exaltação da vitória e na homenagem aos caídos ou mártires que se situa um dos muitos elementos que inçam o nosso país e que arreguiçam de paixão os pêlos dos nostálgicos: a cruz do Castro de Vigo, erigida pela Jefatura Local de la «Falange Tradicionalista y de las Jons» e inaugurada pelo ditador em 1961.
Em 29 de setembro de 2014, o Bloque Nacionalista Galego apresentava no pleno do Concelho de Vigo mais uma moção em virtude da qual se instava ao governo municipal a acatar a sentença emitida no 4 de setembro do mesmo ano pelo julgado nº 2 de Vigo, que estabelecia o derrubamento da «Cruz dos caídos», denominação