galileu
Descoberta de luas girando em torno de Júpiter, que Galileu chamou de “estrelas”, foi um dos argumentos para refutar a teoria aristotélica que propunha a imutabilidade do céu.
O legado de
Galileu
400 anos depois do uso pioneiro da luneta por
Galileu, a União Astronômica Internacional, com apoio da Unesco, comemora o
Ano Internacional da Astronomia. Brasil tem programação ampla e diversificada
88 S C I E N T I F I C A M E R I C A N B R A S I L
Janeiro 2009
Por Augusto Damineli e Tasso Napoleão
© Biblioteca do Congresso, Washington
A
o longo de todo este ano a humanidade terá a oportunidade inédita de reafirmar uma profunda conexão com o Universo, estimulando a consciência de sua origem cósmica.
A matéria que forma o corpo de cada um de nós, por exemplo, por familiar que possa parecer, na realidade foi forjada no interior de estrelas de grande massa que explodiram ao final de sua vida.
Elas fertilizaram o espaço com os elementos químicos que elaboraram em seu interior, os tijolos básicos para a construção do mundo: de estruturas vivas a formas inanimadas.
No imaginário da maioria das pessoas, vivemos
“aqui em baixo” numa realidade dura em que tudo se desfaz com rapidez, enquanto “lá em cima” é o lugar da eternidade, da matéria em estado mais puro. Esse quadro mental foi cristalizado ao longo de milênios e resistiu às grandes revoluções que se aceleraram nos últimos 500 anos. A disseminação do conhecimento pela escola, livros e mídia não foi capaz de dissolver essa memória partilhada mesmo por pessoas com instrução universitária.
A declaração de 2009 como o Ano Internacional da Astronomia pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura a (Unesco) tem o propósito de oferecer às pessoas, em todo o mundo, a oportunidade de (re)fazer suas ligações com uma realidade mais rica e complexa que os sentidos revelam, à primeira vista. O Brasil, junto com a
Itália e a