Gafanhotos
Este gafanhoto, cujo nome científico é Platycleis affinis, foi descrito ainda no século XIX, mas foi uma equipa britânica que verificou agora esta particularidade destes gafanhotos.
"Não se acredita na dimensão dos seus órgãos. Dão a impressão de preencher todo o abdómen", explicou Karim Vahed, especialista em ecologia comportamental da Universidade de Derby e um dos autores do estudo publicado hoje no Royal Society Journal.
Para poder fazer uma análise comparativa, a equipa estudou uma série de outras espécies de gafanhotos, confirmando o dito recorde. Enquanto no Platycleis affinis um só testículo pesa 70 miligramas, não há nada comparável nas outras 20 espécies estudadas. A que aparece em segundo lugar, em relação a este parâmetro, tem testículos em que cada um pesa apenas 2,7 miligramas.
Mas em que se reflecte esta generosa dimensão, do ponto de vista da eficácia da reprodução?
A resposta parece estar no grande número de fêmeas que este gafanhoto pode fecundar durante a sua época reprodutiva, sem esgotar o esperma.
No entanto, e contrariamente a uma regra geralmente aceite na evolução das espécies, este insecto não produz mais esperma de cada vez que fecunda uma fêmea.
Sabe-se que nas espécies em que as fêmeas têm vários parceiros, os testículos do macho são tendencialmente mais volumosos. Isso permite, nomeadamente, ao macho que produz mais esperma ter uma vantagem sobre os seus rivais, já que tem mais probabilidades de ser o seu esperma a fecundar a fêmea.
Mas no caso do Platycleis affinis, cujas fêmeas têm em média 23 parceiros ao longo dos seus dois meses de vida adulta, verifica-se que os machos com os maiores testículos são os