fúria
Uma vez vi um documentário em que era encenado um suposto dia da preguiça em plena Cinelândia, um dos lugares com maior trânsito de pessoas e de carros do Rio de Janeiro. Era interessante perceber como as pessoas se deixavam envolver pela preguiça. Na verdade, durante o tempo em que estava assistindo ao documentário, fiquei pensando em várias coisas – tempo de faculdade, pois o documentário era uma parceria entre a UFF e a Estácio (onde estudei); noções de pecado e no que pode ser feito para alcançar a felicidade.
Se aquela frase é verdadeira e a vida realmente é o que acontece quando estamos ocupados com outras coisas, gostaria de saber então para quem estamos fazendo outras coisas. O egoísmo é a chave do negócio. Não vou adotar uma posição romântica ou romantizada, em quaisquer sentidos que as duas palavras podem apresentar, mas não acredito que o homem seja “rousseaunamente” bom, tão pouco um lobo de si mesmo. O homem não é bom naturalmente. Naturalmente ele é menos pior. Nós pioramos graças à vida.
Estou no meio de livros, dos meus cds. Eu, nesse momento em que escrevo, poderia estar estudando novos meios de comunicação, globalização, o que é o virtual, mas estou aqui escrevendo através do único meio que eu considero lógico. Quero que se fodam os elogios e as falsas premissas pelas quais devo passar todo dia antes de tentar dormir. Radiohead toca agora no som. É um cd de uma banda inglesa, tocando num som de uma empresa que era brasileira, parceira de uma holandesa, mas que agora é fabricado na China. Estou aqui no Rio de Janeiro e vou dar uma volta