Fustel de coulanges
Segundo o Fustel de Coulanges, a religião levou um tempo para desenvolver-se, era confusa e com inúmeros deuses, pois cada mentalidade criava um deus com a sua visão. Assim, pelo relato de Coulanges, os cultos eram feitos ao sol, nuvens, etc e que por isso, os homens não conseguiam acreditar que houvesse apenas um deus. Nesse aspecto, o autor exprime que cada família não dividiria a sua divindade, dificultando assim a unidade. Porém, com o tempo, no dizer do historiador, a prosperidade de determinada família levaria o seu deus a se sobrepor a outros deuses. Coulanges ressalta que a medida que os deuses de natureza física foram se desenvolvendo e ganhando mais autonomia sobre a alma, a sociedade foi crescendo e estes deixando os cultos domésticos.
2. A IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO NO DESENVOLIMENTO DAS CIDADES GREGAS
Fustel de Coulanges inicia o texto ressaltando que a família foi a única forma de sociedade na Antiguidade. Segundo ele, cada família possuía as suas divindades fazendo cultos aos chamados deuses domésticos e também aos antepassados dela. Coulanges salienta que isso impedia a unidade entre as famílias, porém, caso houvesse alguma união entre elas e a hegemonia de alguma, a sua divindade se sobressaía as outras e passaria a zelar pelo grupo todo. A essa união de famílias se dava o nome de fatrias. Uma fatria, no dizer de Coulanges ‘’era uma pequena sociedade moldada exatamente sobre a família’’ ( COULANGES, 2009: 135). Nesse tipo de união, segundo o autor, a religião só era transmitida pelo sangue e cada uma dessas fatrias possuía um chefe, o qual era o dirigente dos sacrifícios. Da junção de fatrias, o historiador ressalta que haveria a formação de uma tribo. Nessa tribo também havia o altar da divindade que se sobressaísse, sendo essa um ‘’Heroi’’, o qual possuía uma festa anual. Além disso, o autor ressalta que essas tribos possuíam um tribunal e um direito de justiça, aos