função pessoal
CAPÍTULO III
A GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS E A FORMAÇÃO. UMA AVALIAÇÃO DE IMPACTO NA
CAPACIDADE COMPETITIVA DAS EMPRESAS E NAS TRAJECTÓRIAS PROFISSIONAIS DOS
ASSALARIADOS.
1. As diferentes concepções sobre a função pessoal.
1. 1. O desenvolvimento da função pessoal.
A forma como a função pessoal é concebida, o papel que se lhe atribui, bem como o âmbito da sua acção nem sempre foram os mesmos. A concepção da função tem vindo a sofrer alterações ao longo do tempo sobretudo a partir dos chamados "30 anos gloriosos", quando se começam a manifestar verdadeiros problemas ao nível da "gestão social" das empresas, decorrentes entre outros factores de ordem macro-económica e macro-social, dos modelos organizacionais de racionalização do trabalho taylorianos, pondo em causa o desprezo a que até então era votada a função. Tal negligência devia-se à concepção imperante de que não existia qualquer relação entre o subsistema técnico-económico das empresas e o seu subsistema sócio-cultural. Esta visão tradicional de isolamento da esfera económica relativamente à social permaneceu na maioria dos países ocidentais até aos inícios dos anos 80, continuando a manifestar-se em Portugal, sendo os RH encarados como um custo que era (e continua a ser no nosso caso) necessário minimizar. A partir desta altura, assiste-se ao desenvolvimento de uma concepção renovada que encara a existência de verdadeiras sinergias entre o social e o económico, aparecendo os RH como um recurso que é fundamental maximizar (adaptado de Des Hors, 1988: 54).
Os diferentes autores que se debruçam sobre o desenvolvimento da função pessoal, procuram estabelecer as suas fases de evolução, bem como as concepções, as políticas e práticas que lhes estão subjacentes no domínio dos RH. Agregando o conjunto de contributos teóricos para a reconstituição histórica da função pessoal1, salientamos, na nossa perspectiva, três grandes concepções desta função, apesar das dificuldades em estabelecer