Função Perda Taguchi

A FUNÇÃO de PERDA de TAGUCHI

Um produto do trabalho humano, bem ou serviço, para ser considerado “mercadoria” deve ter valor de uso; ou seja, deve ter aptidão para satisfazer necessidades humanas, sejam estas provenientes do corpo ou do espírito. O estatístico japonês Genichi Taguchi traduziu esta formulação económica genérica para a perspectiva da Qualidade, dizendo que um produto deve ter determinadas características que o tornem útil aos consumidores e à sociedade em geral; as quais podem ser designadas pela expressão características da qualidade.
As características da qualidade podem ser:
1. quantificáveis, ou seja, medidas em escala contínua; aqui podendo distinguir-se as seguintes situações:
1.a. existe um valor-objectivo para essas características, diferente de zero e de infinito (por exemplo, cada barra de metal que é fabricada na empresa deve ter um determinado comprimento);
1.b. o valor-objectivo para essas características é zero (exemplo típico é o ruído dos maquinismos industriais, que deve ser inexistente);
1.c. o valor-objectivo para essas características é, tendencialmente, infinito (exemplo típico é a resistência de uma soldadura – quanto mais resistente ela for, tanto melhor);
2. classificáveis por atributos, ou seja, medidas em escala discreta; o que sucede, por exemplo, com a aparência do vestuário;
3. dinâmicas, provenientes da resposta de um sistema a situações com que o mesmo se vê confrontado - por exemplo, a força de tracção de um veículo automóvel.
Ora, a degradação das características da qualidade traduz-se numa redução da utilidade do produto – logo, numa perda - para os consumidores e para a sociedade em geral; englobando-se nesta o próprio produtor, cujos proveitos futuros poderão ser prejudicados pela atitude de rejeição dos consumidores. Esta socialização do conceito “perda”, efectuada por Genichi Taguchi, merece ser relevada e valorizada positivamente face ao tradicional conceito “perda” – restrito ao imediato e à