Função do trabalho
Pela Pastoral Operária do Rio Grande do Sul O trabalho é vida no cotidiano da família. Homens , mulheres e crianças dividem tarefas domésticas e manutenção da casa, de educação dos filhos, de preparação de alimentação e de lazer. Na esfera pública, ou seja, além dos limiares da casa, essas pessoas exercem atividades sociais. Nestas, contribuem para a produção de bens, riquezas e serviços indispensáveis para a sociedade. Conforme a Carta Encíclica Laborem Exercens, de João Paulo II, "o trabalho é o fundamento sobre o qual se edifica a vida familiar, que é um direito fundamental e uma vocação do Homem". Levando às últimas conseqüências essa consideração, podemos afirmar que a sociedade é enraizada no trabalho. A vida é ameaçada constantemente por diversos males. Desta forma, o trabalho que, de acordo com a Carta Encíclica Rerum Novarum, "dignifica o ser humano", é subordinado à ganância dos empresários. O crescente avanço tecnológico, a expansão do capital financeiro sem precedentes históricos, a perda de leis que protegiam os interesses dos trabalhadores e a sublimação dos princípios neoliberais, submete a função social do trabalho, baseado na dignidade humana e na mística da vida, ao interesse do capitalismo, o qual simboliza a morte. É necessário perceber que o capitalismo intensificou a exploração do trabalhador e da trabalhadora. Nessa perspectiva, o desemprego não é um acidente histórico, mas uma consequência planejada estrategicamente para derrotar os movimentos organizados. Para alterar essa realidade, os sindicatos, movimentos populares e pastorais devem defender a redução da jornada de trabalho sem redução de salário; o fim da ortodoxia do modelo econômico neoliberal aplicado no nosso país; o desenvolvimento de um novo projeto de nação que contemple a geração de emprego, expansão do mercado interno e a manutenção dos direitos dos trabalhadores, os quais foram conquistados após muita luta social. Portanto, o desafio