A Função Psicológica do Trabalho
Na construção deste capítulo, o autor faz uma exposição de diferentes abordagens acerca do trabalho e das problemáticas que envolvem este tema. Baseado num amplo conjunto de pesquisas realizadas por diversos outros autores, Yves Clot apresenta uma análise do que seria a função psicológica do trabalho sob a ótica de diferentes ramificações existentes no campo da Psicologia do Trabalho. Mesmo diante de elaborações teóricas divergentes em alguns pontos, o capítulo traz conceituações entendidas como propriedades caracterizantes da função psicológica que o trabalho teria. Clot propõe o diálogo entre diferentes olhares em relação à análise da atividade, para depois, então, delinear sua própria perspectiva e expor sua proposta.
O autor explicita que o objetivo dos questionamentos presentes na obra visam “(...)testar a hipótese de uma função psicológica do trabalho”(p. 55). Alguns teóricos citados por Clot, concluíram que o trabalho estaria perdendo sua força e já não preencheria mais as funções anteriormente a ele atribuídas, devendo ser gradativamente substituído por outras atividades que pudessem, de maneira mais eficaz, proporcionar ao homem possibilidades de realização e de inserção no espaço social.
Uma das principais ideias discutidas é a não abordagem das dimensões subjetivas da atividade, uma vez que as diferentes vertentes da psicologia ergonômica foram fundadas a partir da psicologia cognitiva e da psicologia do trabalho francesa que, segundo ele, apresentam uma dicotomia entre a vida no trabalho e a vida fora dele. Segundo o autor, a atenção à subjetividade é fundamental e levará a uma revisão do conceito de atividade até então desenvolvido.
Yves Clot se contrapõe, não apenas aos que falam mais diretamente do “fim do trabalho”, mas também àqueles que, de forma bem mais sutil, consideram-no apenas como uma atividade dentre outras. O autor afirma de que se trata, igualmente, de um espaço essencial para a construção da