Fundação maria luisa
Em 1952, Bratke foi convocado pelo amigo e vizinho para desenhar outra casa. A não ser pelas dimensões - a residência da família Americano tinha extenso programa, com cinco quartos, salas de recreação e de projeção etc. Em primeiro lugar, a relação com a topografia e com o meio natural, não se trata de moradias urbanas. Ambos os projetos adaptam-se delicadamente às depressões naturais com o auxílio de um piso inferior em um dos lados da construção. São “casas apartamentos”, com o programa principal distribuído no piso mais alto, deixando o inferior para lazer, serviços etc. O porticado contínuo da fachada, que torna o jardim interno parte integrante do volume, também aparece nas duas residências. Por fim, existe a mesma relação de materiais de acabamento, principalmente as pastilhas de porcelana e os tijolos (na casa Americano, os elementos vazados de concreto foram trocados por tijolos trançados).
Pelas dimensões, a casa Americano possui peculiaridades. Foi implantada no alto em relação ao acesso e um tanto angulada, de forma que o visitante percebesse, de início, a massa construída. Mas para não parecer muito densa, Bratke fez um “truque”: o setor dos dormitórios possui uma saliência mais fina, deixando aparentemente leve a fachada lateral. O pátio interno tem continuidade com a área de recreação do piso inferior - cujo piso de mosaico português foi desenhado por Lívio Abramo.
Nesta casa, assim como na da rua Suécia, permanecem testemunhos da capacidade de Bratke de criar texturas, cheios e vazios, efeitos de luz e sombra. Parte desse perfeccionismo provavelmente advém da obsessão pelo desenho. Bratke trabalhava inúmeras hipóteses, testando aberturas,