Fundamentos para um Humanismo na Critica da Tecnologia em Herbert Marcuse
AUTOR: Osvaldo Galdino Ferreira Filho
PALAVRAS-CHAVE: Racionalidade Tecnológica; Economia Política; Humanismo.
Este trabalho busca identificar e refletir pressupostos para um humanismo na crítica da tecnologia por Herbert Marcuse. A interpretação dada pelo filósofo frankfurtiano aos manuscritos econômico-filosóficos de Marx e a apreciação acerca dos paradoxos racionalidade tecnológica contribuem para a formulação de pistas à pacificação da existência humana obstruída pelas relações de dominação no trabalho exteriorizado e na administração total. A crítica à Economia Política traz à pauta a concepção marxista de trabalho. Ao examinar cuidadosamente a caracterização do trabalho exteriorizado, curiosamente revela-se não somente um fato econômico isolado, mas uma alienação do homem, seguida de desvalorização da vida, distorção e perda da realidade humana. Refere-se, portanto, a disposição do ser do homem, não somente do trabalhador ou sujeito econômico, mas de sua história e realidade. Desse modo a superação da propriedade privada equaliza-se com a salvação da essência e vida humanas. Apesar da centralidade do trabalho nas investigações da crítica social não está em evidência, as contradições da organização da sociedade exigem uma explicação abrangente, diante da nova configuração da sociedade industrial avançada dada a integração das forças oponentes. Desse modo, a unidimensionalidade concebida por Marcuse abrange a ideia da ausência de oposição na sociedade industrial, além de um estilo de vida e de pensamento exclusivista, uma vez que a refutação das alternativas por uma racionalidade capaz de absorver as contradições e absolver o teor destrutivo das formas obsoletas de existência permite a integração social. Esta tendência totalitária da racionalidade tecnológica é demostrada na ideia de transmutação da razão, o processo pelo qual a lógica, que entre os gregos representava a tentativa de