fundamentos da geografia
Um dos conteúdos previstos para o 4º e o 5º ano, a formação das cidades costuma ser ensinada com ênfase na história local. O tema, porém, pode gerar outras abordagens. Uma das possibilidades é introduzir um assunto que será estudado mais tarde: a formação de Ur e Uruk, as primeiras cidades do mundo, localizadas na antiga Mesopotâmia - que hoje corresponde ao Iraque.
Esse estudo só se justifica se estiver articulado a um trabalho mais amplo sobre a origem dos centros urbanos, incluindo aquele em que a turma mora. "Esse conteúdo ajuda o aluno a entender que as cidades não são algo pronto, mas foram construídas por seres humanos com base em condições e necessidades da sociedade", diz Roberto Catelli Junior, formador de professores da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
Embora as primeiras formas de vida urbana tenham surgido em 4000 a.C., aproximadamente, também na Mesopotâmia, Ur e Uruk destacavam-se por seu tamanho e sua densidade populacional. A última chegou a ter cerca de 494 hectares de área total. Algumas estimativas apontam que sua população era de 50 a 80 mil habitantes no ano 3200 a.C. Foram também os primeiros agrupamentos a dispor de todos os elementos que o arqueólogo australiano Vere Gordon Childe (1892- 1957), uma referência no estudo de períodos remotos da civilização, apontou como necessários para que um aglomerado seja classificado como cidade: concentração de pessoas, agricultura especializada, pagamento de taxas a uma divindade, arquitetura monumental, estratificação social, escrita, ciências, cultura e trocas de matéria-prima.
As condições ambientais propícias à agricultura variada da Mesopotâmia - região fértil graças à localização privilegiada entre os rios Tigre e Eufrates - favoreceram o estabelecimento desses grupos, que plantavam cereais e domesticavam animais. O excedente era trocado com as cidades próximas. "Esses fatores