Fudamentos de comércio exterior

A piora dos mercados hoje por conta da Europa levanta uma questão mais profunda que é o impacto que essa crise européia pode ter no Brasil para além das flutuações da bolsa. O banco americano Bank of America Merrill Lynch fez uma análise em seu relatório enviado a clientes alertando para esse impacto.
Para o banco, o efeito da crise da dívida européia sobre o Brasil fica mais em evidência com os problemas atingindo agora mais fortemente a Itália e a Espanha. A Europa lembra o banco, lidera os investimentos diretos no Brasil e a região é também um importante parceiro comercial. Além disso, o Brasil tem um exposição grande aos empréstimos dos bancos europeus, em especial espanhóis, o que pode comprometer o crescimento do crédito por aqui.
Metade do investimento direto
Historicamente, lembra o banco, os países europeus são parceiros importantes do Brasil. O fluxo de capitais da região representa mais da metade dos fluxos totais para o país desde 1996. Apesar das relações comerciais terem diminuído, a ligação do Brasil com a Europa ainda é significante e se tornou uma fonte de preocupação, diz o relatório.
Segundo a Merrill Lynch, o investimento direto da Europa para o Brasil em 2011 foi de US$ 41,2 bilhões, ou 59,2% do total. Entre 1996 e 2011, ele tem ficado em média em 51,92%. Recentemente, os maiores investidores no Brasil têm sido Holanda e Espanha, representando 25,3% e 12,36%, respectivamente, dos investimentos diretos no ano de 2011. Eles seriam, assim, o primeiro e o terceiro maiores investidores diretos no Brasil, com os Estados Unidos em segundo lugar. Entre 1996 e 2011, Holanda e Espanha representaram 15,3% e 10,4% dos investimentos diretos no Brasil.

Crise pode levar a maior remessa de lucros ou venda de ativos
Mas o principal foco de atenção é a situação da Espanha. Segundo a Merrill Lynch, o país é um parceiro estratégico do Brasil com fortes investimentos em bancos, empresas de energia e estradas e telecomunicação. Se as condições da Espanha