Resumo: Fronteiras do Pensamento. Maria Rita Kehl Na abordagem de Maria Rita Kehl, primeiramente, pode-se verificar as mudanças que a utilização do tempo sofreu ao longo dos anos. Em uma sociedade agrária, com o tempo sendo marcado pelos ciclos da natureza, tinha-se a sensação de que a vida passava mais lentamente. Depois, na Idade Média, as Igrejas passaram a colocar relógios em suas torres e, assim, o tempo passou a ser controlado pelas práticas religiosas. Ainda na Idade Média, os relógios foram também colocados nas prefeituras. Acontece uma revolução social na contagem do tempo que passa a ser controlado, agora, pelo comércio. Daqui por diante, afirma Kehl que “o tempo humano nunca mais deixaria de ser contado em dinheiro.” Vem a Revolução Industrial, onde a produtividade passa a controlar o tempo e, os minutos passam a ter grande importância. Hoje, com o avanço da tecnologia, os segundos adquirem valor antes ignorado. Tem-se como exemplo, as operações das Bolsas de Valores, onde grandes quantias de dinheiro são negociadas em segundos ou frações dele. O fracionamento do tempo e o seu uso para o ganho do capital, fez com que a velocidade e a pressa seja o estilo de vida preponderante da contemporaneidade. Tudo é muito urgente. As ações no presente visam uma recompensa no futuro. Porém, o futuro não existe, ele é apenas uma projeção que fazemos no presente. Dele, a única certeza que temos é a morte. A necessidade das decisões urgentes ocasionou a perda do tempo de compreender. Comentando Freud, Kehl falará de como a aceleração do tempo afeta o consciente do homem moderno causando a depressão. A tensão consciente, que é responsável por atar o psiquismo ao estado presente, é muito utilizada hoje em dia. Essa sensação do tempo como um curso contínuo é trabalho da consciência. É ela quem presta atenção nos estímulos externos e a si mesmo. Freud diz que por causa disso ela registra momentos escassos do mundo exterior e interior. Esse sistema percepção-consciência