Frei luis de sousa
De acordo com escrituras e mitologias de todos os
povos a música, assim como as demais expressões da arte, foram trazidas aos homens pelos deuses
. Na remota antiguidade, a música era empregada
com a sagrada finalidade de reverenciar o Ser
Supremo. Sua finalidade era a de expressar as cosmogonias, elevar a alma humana às alturas das esferas espirituais.
Todas as expressões artísticas desenvolveram-se á
luz dos ritos iniciáticos, com a finalidade de expandir a consciência dos iniciados durante as cerimônias sagradas, abrindo-lhes a captação psíquica para experiências transcendentes.
Os grandes sábios da China antiga até o Egito,
desde a Índia até a idade áurea da Grécia acreditavam que há algo imensamente fundamental na música que lhe dá o poder de fazer evoluir ou degradar completamente a alma do indivíduo e, desse modo, fazer ou desfazer civilizações inteiras.
Com o tempo a arte saiu do âmbito dos
templos e do sagrado, vulgarizou-se, caiu na banalização das massas, passando a refletir seus instintos inferiorizados, anseios embrutecidos e a desmesurada ambição pelo lucro e a fama
Na Ásia -- onde a influência de filosofias e correntes
religiosas como o budismo, o xintoísmo, o islamismo etc. foi determinante em todos os aspectos da cultura
-- os principais focos de propagação musical foram as civilizações chinesa, do terceiro milênio antes da era cristã, e indiana.
O Ocidente europeu possuía uma tradição pré-histórica
própria. É bem conhecido o papel preponderante assumido pelos druidas, sacerdotes, bardos e poetas, na organização das sociedades celtas pré-romanas. A tradição musical da Anatólia, porém, penetrou na
Europa através da cultura grega, cuja elaborada teoria musical constituiu o ponto de partida da identidade da música ocidental, bastante diversa da do Extremo
Oriente.