Fraude corporativa
Dados de uma pesquisa recente da PricewaterhouseCoopers1 indicam: 30% das empresas que participaram da pes- quisa no Brasil sofreram fraudes nos últimos 12 meses e, entre elas, 80% contabilizam perdas diretas de até US$ 1 milhão, enquanto 13% tiveram perdas superiores a US$ 1 milhão. A pesquisa revela ainda que para 40% delas o cus- to da fraude aumentou em relação aos últimos 12 meses. Diante desse cenário alarmante, é essencial discutir explicitamente o ní- vel de tolerância a fraudes nas empre- sas. Para os especialistas em combate a fraudes e corrupção, a realidade é ainda mais grave, pois, na avaliação deles, as pesquisas detectam a inci- dência de fraudes percebidas. Ou seja, existem ocorrências que nem mesmo são percebidas, portanto não chegam ao conhecimento dos executivos e não são reportadas. O impacto dos crimes econômicos não se resume somente a perdas fi- nanceiras. Os efeitos colaterais de um evento de fraude ou corrupção podem ser ainda maiores do que o impacto financeiro direto, afetando a reputa-
ção da empresa e da marca, o preço das ações, a relação de negócio com investidores, reguladores, clientes, fornecedores e terceiros, assim como a motivação dos funcionários e a própria cultura corporativa. Não bastassem o custo da fraude e o número elevado de empresas que so- frem com elas, o cenário de crise como a que vivemos recentemente agrava ainda mais a situação. As incertezas geradas pela crise fazem com que a pressão por lucratividade e receita aumente. Ao mesmo tempo, as empresas muitas vezes se veem obrigadas a cortar custos, criando desafios consideráveis para executivos e funcionários. Ao eliminar custos, as empresas, com frequência, podem acabar redu- zindo também sua capacidade de mo- nitorar e gerenciar riscos, em especial os relacionados a crimes econômicos como fraudes e corrupção. Dessa for- ma, os líderes de empresas têm sido desafiados a