Françoise Dolto - A criança do espelho
CURSO DE PSICOLOGIA
EVERSON FERNANDO SILVA DE ARAUJO
A CRIANÇA DO ESPELHO
SANTA MARIA
2014
A criança do espelho
O termo i-ma-ge, usado na imagem inconsciente do corpo, surge de um jogo de palavras dividido em três partes, “I” de “identidade”, “ma”, primeira sílaba de “maman”, e “ge”, que significa a base, a terra, ou ainda “eu”.
Image é a base da relação com o outro, é de onde surge a linguagem simbólica. Para Dolto, a imagem do corpo foi revelada através dos desenhos e modelagens das crianças. Segundo ela, a criança sempre desenha seu retrato, sem isto ela não desenharia, e a criança sempre se vê em uma das partes do desenho. Quando a criança localiza-se em algum lugar no desenho, ela entra em uma relação com o outro. Não é o terapeuta que reconta o desenho, e sim a criança que se reconta através do desenho. O desenho é um fantasma escancarado em uma análise, a criança faz uso desse para se expressar.
A imagem é lida através de uma parte dolorosa do corpo, a dor faz parte da imagem, é onde o sujeito pode dizer: eu. Diz-se sempre: “eu tenho dores” mas nunca “isso dói no meu corpo”. Como vemos a nossa imagem está relacionado com as bases do narcisismo. Há três tipos de narcisismo: O fundamental, o primário e o secundário. Se o narcisismo fundamental não está bem estruturado ao corpo, o próprio eu é ameaçado ao estado fóbico, que é o medo da dissociação da imagem de base do corpo, causando uma hipervigilância.
O que muitas vezes é chamado de psicose, é um conjunto de processos de defesa para impedir o laço entre a image e o corpo. No começo da vida, há o perigo de dissociação. Esse perigo está na origem dos psicóticos, onde a fobia desabilitou o contato com o outro. O psicótico é alguém que apenas defende sua imagem de base. Para Lacan, a fobia é separada da psicose, Melanie Klein, considera uma estrutura derivada, para Dolto, a fobia é, em alguns casos, o núcleo da psicose. A