FRANZ BOAS
Na conservadora sociedade norte-americana das primeiras décadas do século XX, Boas desempenhou um papel público importante na luta contra o racismo e a favor da liberdade intelectual, cujo episódio mais agudo, a respeito do blue lumbar spot, Margarida Maria Moura recupera com detalhes. O blue lumbar spot nada mais é que o conhecido jenipapo na bunda, sinal de mestiçagem chamado em português também de mancha mongólica, que ocorre na mistura entre branco e negro, branco e índio e outros grupos homogêneos como os amarelos.
Diferente dos evolucionistas que dominavam a Antropologia em seu princípio, Boas argumentava que em contraste com o senso comum, raças distintas da caucasiana, "raças como os índios do Peru e da América Central haviam desenvolvido civilizações similares àquelas nas quais as civilizações européias tinham sua origem". Embora seus escritos ainda reflitam um certo racismo inerente ao seu tempo, Boas foi pioneiro nas idéias de igualdade racial que resultaram nos estudos de Antropologia Cultural da atualidade. Como orientador de antropólogos notáveis como Margaret Mead, Melville Herkovits, Ruth Benedict, Boas ficou conhecido posteriormente como pai da Antropologia contemporânea. Influenciou profundamente o escritor brasileiro Gilberto Freyre, autor de obras marcantes sobre a formação social brasileira.
Franz Boas criticou com veemência os determinismos biológicos e geográficos, além da crença no evolucionismo cultural. Boas apontava que cada cultura é uma unidade integrada, fruto de um desenvolvimento histórico peculiar. Enfatizou a independência dos