Francis Bacon - Novum Organum (resumo)
Novum Organum Os novos fundadores da filosofia não recusavam as filosofias então aceitas, nem procuravam sobressair entre elas, mas deixavam claro que não pretendiam pôr-se ao alcance comum dos homens. Estabelecendo que haja igualmente dois precursores da reflexão e da filosofia, sem laços de inimizades, porém, ressaltava-se o contentamento em relação àqueles que buscavam seguir pelos métodos assim chamados de Antecipação da Mente e Interpretação da Natureza. O homem faz e entende tanto quanto constata. Na natureza ele não pode mais que unir e afastar os corpos. As ciências dispostas não constituíam novos métodos de descoberta nem esquemas para novas operações. Só há e só pode haver duas vias para a investigação e para a descoberta da verdade. Uma, que consiste no saltar-se das sensações e das coisas particulares aos axiomas mais gerais e, a seguir, descobrirem-se os axiomas intermediários a partir desses princípios. A outra, que recolhe os axiomas dos dados dos sentidos e particulares, ascendendo até alcançar os princípios de máxima generalidade. Não era intenção explicar o que se pretendia, pelo fato das coisas novas serem sempre compreendidas por analogia com as antigas. Os ídolos e noções falsas que ocupam o intelecto humano, não somente o obstruem a ponto de ser difícil o acesso na verdade, como também poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração das ciências. A formação de noções e axiomas pela verdadeira indução é o remédio apropriado para afastar os ídolos. Há os ídolos da tribo, que estão fundados na própria natureza humana, na própria tribo ou espécie humana. Os ídolos da caverna, que são os dos homens enquanto indivíduos, cada um têm uma caverna ou uma cova que intercepta e