Franca

Por que o copo da Kaiser não enche?
Maior grupo de bebidas da América Latina, a Femsa comprou a Kaiser por uma pechincha, investiu pesado em marketing e acreditava ter as armas certas para enfrentar a Ambev. Mas o plano dos mexicanos não está dando certo.
Por Por Daniel Leb Sasaki
Eles entraram no Brasil cheios de gás. E isso não é só um trocadilho infame. Quando a Femsa S.A. maior grupo de bebidas da América Latina - adquiriu 68% das ações da Kaiser em janeiro de 2006, prometeu a todos que reanimaria a marca decadente, repetindo aqui o sucesso que conseguiu com rótulos como Tecate e Sol. Havia razões para acreditar na promessa. A Femsa é um império que emprega 98 mil pessoas, atua em três continentes e fatura US$ 10 bilhões. Com sua divisão engarrafadora Coca-Cola
Femsa, chega a mais de 1,5 milhão de pontos-de-venda. Pois bem, os mexicanos chegaram, investiram R$
200 milhões no lançamento de uma nova marca (a Sol), resgataram uma antiga parceria com os distribuidores da Coca-Cola e colocaram uma fortuna para revigorar a Kaiser. Tamanho fôlego financeiro tornaria inevitável a ascensão da empresa, certo? "Redondamente errado", brincariam os adeptos da Skol.
Segundo dados da ACNielsen, de março para abril, não só a participação nas vendas no mercado brasileiro caiu de 8,5% para 8%, como seu terceiro lugar no pódio das cervejarias foi tomado pela
Petrópolis (fabricante de Itaipava e Crystal), que, em 2004, detinha meros 3,6% do setor. Pior: nos principais nichos regionais, como São Paulo e Rio de Janeiro, a Pet rópolis já é vice, com 10,12% e
15,18%. Nem a ressurreição do Baixinho mudou esse quadro. A Femsa contesta o recuo. "Registramos crescimento de 14,4% no volume de vendas no primeiro trimestre de 2007, valor que superou os números divulgados pelas empresas públicas da indústria cervejeira, que ficaram em 5,1%", pronunciou -se o grupo por escrito à DINHEIRO. "Também atingimos 9,3% de preferência de mercado, um crescimento de 0,6
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