frabalho
Como reflexo dos movimentos sociais, políticos e culturais do cenário mundial, a segunda metade do século XX representou, também no âmbito dos estudos literários, um momento de ruptura com os métodos teóricos usados até então na análise do texto literário e do ato da leitura. Este novo olhar foi responsável pelo surgimento de teorias literárias capazes de acomodar concepções e análises sobre ações comunicativas amplas e complexas entre os agentes que formam a base de articulação do sistema literário determinantes para a compreesão do
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mesmo.
Da mesma forma, os métodos de concepção gráfica e estética do objeto livro acompanham e refletem este novo momento, com a produção de livros que representam, também em sua materialidade, a concretude das propostas de uma literatura que é fruto de processos dinâmicos de comunicação, articulados entre indivíduos atuantes em diversas etapas dos processos literários.
É na esteira destas teorias inovadoras baseadas nas noções de sistema, multiplicidade de olhares e novas sensibilidades que surge o termo "Pós-Moderno". Fruto do conjunto de condições culturais e históricas da época, este movimento deve ser analisado como uma determinante cultural (JAMESON, 1995) em que não há denominadores estilísticos comuns mas sim um pensamento híbrido, que não busca a síntese mas o múltiplo, o compósito. O movimento
Pós-Moderno aparece, assim, como uma tentativa de manter viva a produção de uma literatura viável, derrubando barreiras de recepção e aproximando todos os elos formados pelos agentes do sistema literário, demandando uma mudança de sensibilidade para as transformações culturais e suas múltiplas formas de representação.
No âmbito da produção literária, o Pós Modernismo se manifesta vivamente com o surgimento de novas estratégias narrativas que exploram as noções de multiplicidade e duplicidade, buscando uma mobilização de sentidos, um resgate do