Fotojornalismo segundo a Life e O Cruzeiro
O surgimento das revistas ilustradas na Europa e nos EUA se relaciona à modernização da tecnologia que permitiu a inserção de fotos nas páginas de revistas, ao processo de industrialização da imprensa, além da comercialização da notícia jornalística e a expansão da publicidade.
No Brasil não foi diferente, mesmo com o atraso notável em relação à Revolução Industrial nos outros países, as revistas brasileiras ilustradas surgiram no início do século XX com o mesmo quadro de transformações sócio política econômicas que as publicações europeias e norte-americanas estavam passando. O mesmo aconteceu após a Primeira Guerra Mundial, que foi um fator importante para a consolidação do fotojornalismo como recurso narrativo nos periódicos ilustrados, pois houve um aprimoramento das técnicas de impressão e na distribuição, já que agora as revistas contavam com um uso mais intensivo da fotografia e dos anúncios comerciais.
No cenário norte americano, o crescimento do fotojornalismo surgiu a partir das guerras, que proporcionou à Life, por exemplo, uma tiragem de 466 mil exemplares em sua primeira edição, consolidando grandes fotógrafos que contribuíram muito para a estética da revista. Muitos destes profissionais que se formaram a partir da década de 30, exerceram forte influência, pois eram vistos como os “olhos do mundo”. Suas fotografias eram uma documentação social do que acontecia, e a proposta da Life em ser uma “janela para o mundo” funcionava por conta desse fenômeno, as pessoas acreditavam que as fotos eram uma prova do que estavam acontecendo, e com a preocupação em fotografar flagrantes e não fazer montagens, estes fotógrafos participaram de um processo de construção de identidades sociais, raciais, políticas, étnicas e nacionais para o mundo.
A partir disso, a grande importância do fotojornalismo para as revistas ilustradas foi a de oferecer para o público leitor reportagens que eram uma