Fotografia como objeto e recurso de memoria
Adair Felizardo
Etienne Samain
Introdução Os autores iniciam o texto abordando o boom da fotografia neste inicio de século com o advento da fotografia digital, suas facilidades, potencialidades e fragilidades. Como exemplo, cita as revoluções provocadas pela modernidade, como a imediata visualização do objeto fotografado, os menores custos na produção de imagens e a facilidade de manipular as imagens, fatores que deixaram a fotografia mais presente na vida da pessoas. Por outro lado ressalta que ficamos suscetíveis ao esquecimento iconográfico de nossa própria memória, a medida que são grandes as chances da fotografia digital não impressa ficar fadada ao desaparecimento.
Fotografia e Memoria Adiante o autor introduz um comparativo entre memória e fotografia relatando que a fotografia traz consigo o âmago da veracidade incontestável dos fatos por ela registrados dai “memória e fotografia se (con)fundem, são uníssonas, uma está contida na outra, estão intrinsecamente ligadas, fundamentalmente ‘enamoradas’”. Porem a fotografia, como a memória, pode selecionar partes do real, fazer parecer, não sendo suficiente para lhe conferir credibilidade absoluta. Outrossim, a fotografia seria uma forma moderna de perpetuar a memória, de “resgatar” a lembrança. Mas conforme os ensinamento do sociólogo francês Maurice Halbwachs a memória deve ser entendida como um fenômeno coletivo e social. Como um fenômeno construído coletivamente e submetido a flutuações, mutações, transformações constantes. Em contraposição ao entendimento de que a memória nos parece ser individual, pessoal. A partir dai e analisado os elementos constitutivos da memória: Acontecimentos, pessoas/personagens e lugares. Dessa forma pode-se dizer que a lembrança é a essência da memória. Paralelamente também na fotografia o espaço e o tempo são elementos indissociáveis `a sua construção. A fotografia entao pode ativar a memória, permitindo reviver um