Formação Geológica Islândia
text 1“Fatores tecnológicos, históricos e dentro do próprio campo mediático foram assuntos desenvolvidos. Por exemplo, a máquina de escrever entrou na relação do Diário Ilustrado em 1956, vulgarizando-se apenas na década posterior. Até aos anos 50, os telegramas das agências eram distribuídos por estafeta, aparecendo depois o telex, mas funcionando apenas num sentido, o da agência noticiosa para os jornais. O fax e o gravador portátil (ainda muito pesado) surgem também no período estudado. E é também nessa época que os jornalistas passam a deslocar-se de viatura para alguns serviços de exterior, aproveitando as furgonetas que faziam o trabalho de envio de jornais.
A razão das balizas históricas do trabalho a publicar explicam-se rapidamente. 1956 é o ano de arranque doDiário Ilustrado [que eu fiz uma mais que curta alusão no passado dia 10 aqui] , diário precursor de um conjunto de renovações: redacção jovem, com habilitações literárias a nível da licenciatura, novo modelo empresarial apostando no outsourcing (a impressão era feita na tipografia do jornal O Século), meios tecnológicos (máquina de escrever para todos os jornalistas), corpo de fotógrafos (Eduardo Gageiro começaria ali a sua frutuosa carreira) e arranjo gráfico cuidado e inovador. Para completar as mudanças, faltaria ao Diário Ilustrado admitir mulheres na sua relação.
Já 1968 é o ano da mudança de primeiro-ministro, com a subida de Marcello Caetano ao poder e a esperança de alteração de regime político, que ficaria por fazer. Nos anos subsequentes - e o trabalho recente de Ana Cabrera (Marcello Caetano: poder e imprensa) ilustra isso - ocorreriam profundas alterações no campo jornalístico: lei da imprensa de 1972, mudança da tipografia de chumbo a quente para o offset no Diário de Lisboa em 1971, compra de jornais por empresas capitalistas.
A entrada da televisão (1957) e a criação do jornalismo radiofônico, enquanto