Formação do território Brasileiro
É muito comum conceber a regionalização do território brasileiro a partir da divisão estabelecida há décadas pelo IBGE, que supõe 5 regiões (Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul), no entanto, essa subdivisão do espaço nacional serve mais para fins estatísticos do que para expressar a complexa realidade territorial do Brasil contemporâneo.
Hoje é possível identificar uma grande diversidade de regiões, como a fronteira agrícola na Amazônia; o vale do São Francisco, que está se tornando uma grande e moderna área produtiva; as regiões metropolitanas e suas áreas de influência com produções agrícolas e industriais específicas; as regiões do agronegócio com as especializações produtivas, entre tantas outras realidades regionais que se relacionam a estas ou a outras regiões de outros países, como vem ocorrendo no sul do país com a integração promovida pelo Mercosul (ainda que por ora não seja tão intensa a integração).
Uma diferença básica que há entre o território brasileiro no século 21 e o de décadas atrás, quando foram estabelecidas as atuais regiões do IBGE (em 1970) é a densidade e a qualidade das redes, das redes técnicas. Atualmente, o país tem uma densidade de redes materiais como rodovias, ferrovias, hidrovias, sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, gasodutos etc. em quantidades muito superiores às do passado - e que estão em acelerado crescimento. Isso a despeito da precariedade encontrada, se essas redes forem comparadas a padrões de outros países. Além disso, hoje há algo inédito em relação a 1970: as redes imateriais, isto é, aquelas formadas pelos sistemas orbitais (satélites) e cabos de fibra ótica, por onde flui uma quantidade expressiva de informações (que podem ser dinheiro, ordens, comunicações pessoais e empresariais etc.).
Neste plano de aula, vamos analisar a chamada região concentrada, região brasileira onde a densidade desses dois tipos de rede é a maior do território brasileiro.