Para que seja possível compreender a emergência da pólis, entendida por Aristóteles como a comunidade de cidadãos, a historiadora Neyde Theml apresenta em sua obra “ Publico e privado na Grécia “ , as condições favoráveis a seu surgimento , bem como sua estrutura . Com a desagregação da Estrutura Palaciana , possível de se ter conhecimento através das escavações nas cidades “ coloniais “ da Itália do Sul , na Sicília e do Mar Negro (Mossé, 1993 : 9) ressalta a historiada Claude Mossé ,após a Guerra da Tróia , a aristocracia guerreira cresceu economicamente e dividiu-se segundo seus interesses políticos. Uma parte da aristocracia ,segundo Vernant( As origens do pensamento grego ) , objetivando a timé (honra) ,acabou por gerar uma crise na antiga soberania palaciana propiciando assim o surgimento de uma nova ordem politica ,jurídica ,econômica ,religiosa e cultural : a pólis , concorda Theml . Há ainda um período obscuro para os historiadores , de 400 anos ,denominado The Dark Age ( Idade das trevas) , de 1100 a 900 a.C . A formação da polis no século VIII a.C é resultado de uma série de fatores responsáveis pela desestruturação das comunidades gentílicas, modelo vigente até então. Estas eram compreendidas como unidades familiares (genos), voltadas para a atividade agrícola de subsistência ,baseadas no uso coletivo dos meios de produção e divisão igualitária . Eram geridas pela figura central do pater (patriarca) . No decorrer do tempo, com o aumento da população e devido ao uso de técnicas agrícolas primitivas, esse sistema passou a ser obsoleto. A terra passou a ser um privilégio para poucos , aqueles que possuíam um parentesco íntimo ao pater, constituindo um grupo social conhecido como eupátridas (bem-nascidos) .Além destes podemos citar a presença dos georgoi, basicamente camponeses, pequenos proprietários de terra; dos demiurgos, formados por artesãos, prestadores de serviços, ambulantes, entre outros ; dos