formação da PM
A noção de ethos policial militar traz à tona o modo de ser dos policiais militares e os valores de sua tradição cultural. A partir daí, procura-se estabelecer uma relação desses elementos com a prática policial militar. Procura-se entender como os valores militares se relacionam com as manifestações concretas dos agentes da PM.
A adoção desse estilo militar de organização, por parte da polícia militar, surgiu com o aumento do crime violento, no qual fez com que a polícia mudasse o seu discurso de “controle do crime” para o da “guerra contra o crime”, influenciando o modelo de formação e operacionalidade a serem seguidos. Assim, as Polícias Militares prestam serviços civis à população sob moldes militares.
A Polícia Militar é uma instituição voltada para a pacificação social, que tem uma missão específica no quadro dos serviços públicos estatais – a manutenção da ordem pública. Contudo, seus valores militares e seu modelo institucional militarizado parecem inadequados para a delicada tarefa de gestão da ordem, que reclama uma postura mais democrática e pedagógica de seus agentes do que autoritária e reativa.
Nesse sentido, alguns estudiosos, a exemplo de Roberto Kant de Lima, afirmam que a postura autoritária e reativa dos agentes da PM decorre de ethos ligados à instituição. Contudo, não se encontra uma argumentação teórica mais sólida que estabeleça a relação entre o referido ethos e a prática policial militar, permitindo às ciências sociais se debruçarem sobre essa dimensão da moral da instituição.
A partir disso, considera-se que a Polícia Militar é uma agência de socialização. Nela as interações sociais ajudam os policiais militares a aprenderem as normas, valores e crenças que constituem os padrões do ethos policial militar. Ela configura os processos de socialização por meio dos quais os policiais militares aprendem os seus papéis sociais, aqui entendidos como