FORMA O DE CAPITAL E DESENVOLVIMENTO ECONOMICO C FURTADO
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ECONÔMICO
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s seis conferências pronunciadas no Brasil pelo professor da
Universidade de Columbia R. NURKSE, sobre Formação de Capital e
Desenvolvimento Econômico,1 podem ser consideradas como um dos esforços mais sérios feitos por economistas de países “desenvolvidos” para compreender os problemas que enfrentam atualmente as economias subdesenvolvidas. Os resultados altamente positivos desse esforço nos enchem de otimismo com respeito à aplicação do instrumental analítico moderno aos problemas do desenvolvimento atual de áreas atrasadas.
A inexistência de material informativo de base e o resultante desconhecimento da realidade econômica criaram nos economistas dos países subdesenvolvidos o hábito de raciocinar por analogia, na ilusão de que a um determinado grau de generalidade os fenômenos econômicos seriam iguais em toda parte. Infelizmente, nem sempre é possível tirar conclusões aplicáveis a situações concretas de teorias que, se bem apresentam uma grande consistência lógica, estão construídas num elevado nível de abstração. É de esperar, entretanto, que o enorme esforço de pesquisa estatística que atualmente se realiza em muitos países subdesenvolvidos contribua para que o pensamento econômico venha a ser nesses países o poderoso instrumento de análise da realidade social que já é em outras partes do mundo.
Dentre os muitos temas que aborda o Prof. NURKSE em suas conferências, muitos são de extraordinária atualidade e merecem ser assinalados para maior discussão. No presente trabalho abordaremos três desses temas. Primeiramente a teoria do desenvolvimento econômico, em segundo lugar o problema das relações entre a propensão a consumir e a intensidade do desenvolvimento, e finalmente a questão dos efeitos das inversões sobre o balanço de pagamentos.
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