fordlandia

Ao assistir o documentário Fordlândia, é possivel notar com clareza o espírito que a modernidade se instaura nos países, principalmente naqueles que já possuiam o desenvolvimento técnico propiciado pela exploração dos recursos naturais.
Ford ao procurar uma nova alternativa para o embargo inglês do látex, matéria prima para a fabricação da borracha, faz uma transferência de capital norte americano para a selva amazônica, pretendendo instalar aqui um apêndice da sua indústria automobílistica com o intuito de baratear os custos, porém vimos em alguns momentos do documentário a falta de sensibilidade e mesmo de conhecimento técnico e cultural por parte dos idealizadores que procuraram recriar de modo artificial, em um ambiente que se pretendia ser controlado, a plantação de seringueiras, ignorando toda a lógica de funcionamento do habitat dessas plantas, que não poderiam ser plantadas e desenvolvidas fora do seu ecossistema natural, ao qual estão adaptadas e sujeitas a diversas alterações do próprio meio e que lhes são peculiar.
Ao tentar simular um ambiente propício para o desenvolvimento das plantas, Ford não levou em consideração a dinâmica do ambiente em que as seringueiras crescem e se multiplicam, fatores estes que são resultados de ínumeras interações de diversos organismos presentes na floresta e que fazem daquele espaço o lugar ideal para que estas cresçam. Ao procurar interferir neste ambiente, procurando introduzir uma nova esfera(socioesfera ou tecnosfera) entre as naturalmente já existentes e consolidadas por serem resultados de anos de interação e equilíbrio, o industrial ignorou as leis que regem esse sensivel e delicado ambiente que estas plantas nao poderiam simplesmente serem recriadas em uma espécie de laboratório a céu aberto.
Assim como sua tentativa frustrada de plantar seringueiras, sem considerar seu ambiente e as condições que estas plantas vivem, sua tentativa de impor um modo de vida padronizado ao estilo americano também fracassou,