Fonologia
“A divisão mínima na segunda articulação da língua é a dos sons vocais elementares, que podem ser vogais ou consoantes. A divisão resulta de um processo psíquico da parte de quem fala e quem ouve. Na realidade física a emissão vocal é um contínuo, como assinalam quer os aparelhos acústicos, quer os aparelhos de registro articulatório. Já se trata, pois, de uma primeira abstração intuitiva do espírito humano em face da realidade física.”
“Durante muito tempo, a LINGUÍSTICA se contentou com essa primeira e não elaborada divisão, cujo estudo se chamou fonética. A partir dos fins do séc. XIX , com o linguista russo Baudouin de Courtenay (1845-1929), [...] e nos princípios do séc. XX com o linguista franco-suíço Ferdinand de Saussure (1859-1913),e ainda com o linguista norte-americano Edward Sapir(1884-1939),deu-se mais um passo no sentido da abstração psíquica ,e criou-se, ao lado do som vocal elementar ,o conceito de fonema, segundo o nome proposto por Baudouin.”
“Esse conceito parte do princípio doutrinário de que no som vocal elementar o que realmente interessa na comunicação LINGUÍSTICA é um pequeno número de propriedades articulatórias e acústicas, ou traços (ing. features) e não todo o conjunto da emissão fônica. Esses traços, ditos distintivos, são os que servem para distinguir numa língua dada uns sons vocais elementares dos outros. Com isso, cada fonema, ou seja, cada conjunto de certos traços distintivos, opõe entre si as formas da língua, que o possuem, em face de outras formas , que não o possuem, ou possuem em seu lugar outro fonema[...]”
“Daí, a definição do fonema, dada por Jakobson: «as propriedades fônicas concorrentes» (isto é, simultâneas para o ouvido humano) «que se usam numa dada língua para distinguir vocábulos de significação diferente» (Jakobson 1962, 231)[...]”
“É claro que o fonema é um conceito da língua oral e não se confunde com a letra, na língua escrita. Nesta, o mesmo fonema pode ser